O maçom deve ser protagonista na obra de um mundo mais justo

É difícil – para não dizer impossível – encontrar na história da Maçonaria o envolvimento da instituição em quaisquer movimentos da existência nacional, regional ou local. São fartos, todavia, os eventos que contaram com o concurso de maçons como protagonistas. É por isso que a ação desses valorosos irmãos ao longo da História engrandeceu e engrandece a Maçonaria a ponto de a Ordem ser confundida com a edificação de acontecimentos de grande relevância. Aliás, este sempre foi o oriente da instituição: Instruir seus membros para a construção de um mundo justo, balizado pela verdade. O protagonismo, pois, pertenceu e pertencerá ao maçom dentro do princípio da liberdade sábia, bem como da retidão, da honradez e, além do mais, do prestígio de cada um na sociedade, fora dos Templos.

Os exemplos são muitos de protagonismos atribuídos à Maçonaria, quando, na verdade, foram atos de maçons. Textos apócrifos na rede mundial de computadores atribuem à Maçonaria, por exemplo, a Proclamação da República. Sim, é verdade, houve o envolvimento da Maçonaria pela ação de seus membros nesse marco basilar da vida nacional, incluindo o seu principal artífice, mas não da instituição. O Marechal Manuel Deodoro da Fonseca proclamou a República não por ordem da Maçonaria, mas ele era um maçom! A propósito, se a Maçonaria tivesse tido envolvimento no episódio, difícil, hoje, seria explicar a presença de outro maçom que estava em campo oposto. Gaspar Silveira Martins foi nomeado presidente do Gabinete do Império, transformando-se no estopim do fim da monarquia brasileira. Se Gaspar tivesse evitado a queda do Império, a interpretação seria outra não menos edificante à Maçonaria.

Assim é a Maçonaria! O protagonismo sempre pertencerá aos maçons, iluminados pela sabedoria milenar da instituição. Por certo são milhares ou milhões de iniciativas que ocorreram ao longo da História e que ocorrem hoje por obra de maçons anônimos em suas comunidades, regiões ou País. Esses irmãos não esperaram, nem esperam e nem preconizam que a instituição saia a liderar soluções a esta ou àquela situação.

Outro exemplo edificante de um membro da Ordem, sem o seu concurso institucional, foi o trabalho do Barão do Rio Branco, José Maria da Silva Paranhos Júnior, que engrandeceu e engrandece a Instituição por tê-lo tido como membro de suas fileiras. Rio Branco foi o responsável pela configuração definitiva das nossas fronteiras latino-americanas. A Argentina reivindicava uma faixa territorial do Paraná às Missões, no Rio Grande do Sul, em decorrência do Tratado de Madri. Como ministro das Relações Exteriores, Rio Branco buscou a arbitragem internacional do presidente estadunidense Gover Cleveland, obtendo cem por cento do pleito brasileiro.

Outro que também protagonizou questões tidas como adiante do seu tempo foi Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá. Irineu, era um rio-grandense, sem-nada, que, no Rio de Janeiro, iniciou-se na Sublime Ordem. É dele o protagonismo da estrada de ferro no Brasil, da iluminação pública a gás, além de inúmeras iniciativas no comércio, na indústria e no mercado financeiro. Suas iniciativas eram tão ousadas que quem se curvava era o governo imperial e não ele ao Poder do Império. Mauá era maçom, mas não há registros de que a Maçonaria tenha se envolvido em qualquer empreendimento desenvolvimentista da época protagonizado pelo maçom visconde.

E assim se enfileiram exemplos. Vários presidentes brasileiros eram maçons, sendo um deles defenestrado do governo e nem por isso a Maçonaria foi deslustrada com a sua queda. Washington Luís caiu em decorrência de uma circunstância da época, ficando o registro, no máximo, de que ele era maçom e não que foi a Maçonaria quem caiu, assim como não foi a Maçonaria quem proclamou a República. É esse protagonismo que a Maçonaria espera dos seus membros alinhados com os princípios revelados aos irmãos a partir da Iniciação de cada um.

Por certo, em cada comunidade em que há maçons, há obras edificantes, além de eventuais benemerências, ainda que de forma anônima ou discreta como apregoam os costumes maçônicos. Dada a pluralidade de pensamento no seu seio, os reclamos de alguns irmãos, às vezes, no sentido de que a Ordem lidere esta ou aquela posição, apoie este ou aquele movimento fora das questões dogmáticas, poderá redundar em prejuízo a sua própria existência. É por essa razão que o maçom deve, primeiro, ter presente o chamado de que o protagonismo das ações a ele pertence. É evidente, em se tratando de dogmas, as hierarquias da Maçonaria estarão sempre à frente, como no combate à tirania, à escravidão e, sobretudo, a favor das liberdades e da defesa da Pátria.

É por isso que o maçom deve ser, primeiro e sempre, um construtor do protagonismo.

Confira o vídeo da Campanha Construtores de Protagonismo em nosso canal do Youtube.

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